Sinto-me...

... talvez como Elias se sentiu após a sua grande vitória sobrenatural no Monte Carmelo.

Sempre que penso em Elias e nesse acontecimento, penso que se fosse eu a viver tudo aquilo, eu já não duvidaria de nada.

Depois de ver e assistir Deus a agir na minha vida em coisas que estavam a ser difíceis para mim, senti o mesmo: "Eu não vou mais duvidar de que Tu ages, Deus."

Mas o que é certo é que duvido.

Tal como Elias fugiu "apenas" de uma ameaça, a mim também me apetece fugir um pouco de Deus. Talvez não fisicamente, mas interiormente, ficando no meu canto. Pensando n'Ele, de vez em quando, apenas...

Até hoje penso neste sentimento... o meu e o de Elias... as grandes vitórias deveriam levar-me para mais perto de Deus. E levam, temporariamente, mas passado uns tempos parece que me esqueço de tudo o que vivi.

Não escrevo tudo isto com um discurso derrotista. Escrevo com o coração contristado porque me vejo, por vezes, interesseira com Deus. Quero agir por amor e sinto, aos meus olhos, algum amor por Ele, mas quando tudo está bem na minha vida, parece que esse amor diminui. Já não preciso tanto desse amor porque a vida que levo aqui na terra é uma vida feliz. Graças a Ele, não a mim.

Hoje, com o coração apertado, orei: "Deus, perdoa-me porque não falo contigo por amor mas por interesse."

Sei que foram palavras jogadas no momento, que nem sempre é assim pois o meu coração muitas vezes anseia por Deus, não pelo que Ele faz, mas há uma ponta bem grande de interesse no meu interior.

Neste momento tenho medo de pedir o que tantas vezes já pedi a Deus: "Quero conhecer-Te mais, quero chegar mais perto de Ti, quero ver-Te, quero viver com mais intimidade contigo."

Hoje começo a ter uma ténue ideia do que essa oração implica e não me sinto preparada para viver tudo isso.

Uma melodia minha conhecida ecoa na minha mente há semanas:


"Ainda existe uma cruz p'ra você carregar
Não se deixe enganar, a porta é estreita
O caminho é árduo para você trilhar
Não se deixe enganar
Ainda existe uma cruz,
ainda existe um preço a pagar."


Sou muito indigna de viver seja o que fôr no mundo espiritual. O meu amor é fraco, a minha dependência não é constante, a minha visão perde-se com facilidade.

Quem sou eu diante de Deus para que Ele se lembre de mim?

Sua filha doente, porque afinal Ele veio para os que estão doentes. Os sãos não precisam d'Ele. Eu preciso.

4 comentários:

Andrea disse...

Amada,

acredita que o meu coração está junto do teu *piscadela de olho*.
Pode parecer exagero, mas verdadeiramente entendo as tuas palavras.

Depois de ter lido cada palavra aqui escrita, sorri, porque com tanta sinceridade aqui "despejada" e tanta nudez diante de Deus e também diante dos homens vejo-te a dar mais um passo largo de intimidade com Ele. Pode parecer contraditório mas é exactamente como vejo e sinto.

Gosto tanto de ti mana, tanto!
Tenho muitas saudades....

Alice disse...

...eu tambem preciso DELE, mais do que de mim mesma.
amei esse lugar !
bjus pra ti

Marlene Maravilha disse...

Muito bem Paula querida, vejo que somos todos iguais!
Deus ama a sinceridade mais do que a autenticidade.
Beijo enorme a ti e a família

Anónimo disse...

Olá Paula!
Estamos em sintonia.
Amo a história de Elias.

Beijos e boa semana.